quinta-feira, novembro 05, 2015

Sou Jaguar


Tenho a cabeça de um índio prateado na mão direita
Uma flecha dourada argolada no pulso esquerdo 
E o perfil de um cacique iluminado junto ao pescoço 
Levo um anel de pena com ônix como aliança
Sou casado com a Alta Magia do Amanhecer
Sou jaguar filho de Seta Branca e Mãe Iara
Sou de Capela - o Planeta Monstro
Tenho vinte e uma encarnações 
Fui tudo, fui nada... Hoje aprendo
A ser pequeno para caber no coração alheio
Neste mundo não mais me rendo ou vendo
Trabalho na Lei do Auxílio
Sou irmão dos encarnados e desencarnados
Sou filho das entidades-luz
E não sou melhor do que ninguém 
Cubro-me com o manto de Nossa Senhora Apará
Sou da Corrente Indiana do Espaço
Das correntes brancas do Oriente Maior
Recebo forças de Mayanti, de Tapir, de Simiromba
Sou o ontem, o amanhã e o hoje num só ser
Sou espírito e dentro da minha individualidade 
Errei e me atrasei por não saber amar
Hoje tento ser amor, humildade e tolerância
Sigo os passos do mestre Jesus – o caminheiro
Que não está mais pregado na cruz
Mas à frente da Escola do Caminho
Levo o Santo Evangelho nas costas
A lua atravessada em meu peito
E olhos clarividentes em minhas armas
Armas da luta do amor contra a incompreensão
Não reclamo da dor, pois é um passo à bonança 
Sou de um espiritismo científico 
De uma doutrina de norte magnífico 
Estou em constante transformação 
Do homem da terra ao homem das estrelas
Não tenho mais o direito de errar
Pai João das Matas é o meu mentor 
Preto-velho do mais singelo e puro amor
Caboclo Tupinambá me fortalece e segue comigo
Sou instrumento de Doutor André Luiz
Sou fogueira do Cigano Branco do Oriente Maior
Sou mar estrelado para a Sereia de Iemanjá
Estou a serviço da cura desobsessiva 
Pai João de Enoque me ensina o que é ser feliz
O Cavaleiro Erano Vermelho me protege
O Ministro Afaro me rege pelos planos
Sou do Turno Dubali, sou Adelanos
Sou da falange dos Três Reis Magos benditos
O raio de Oxóssi me clareia
A chama branca da vida me incendeia
Sou o que num tempo distante quis 
Sou de Olorum, mestre-lua, Ajanã, Apará
Sou do Povo Ipurã, sou do continente Yucatã
E de Koatay 108, Neiva Chávez Zelaya,
Sou um eterno e agradecido aprendiz.

segunda-feira, outubro 26, 2015

contactando com os mentores de luz


Meus irmãos e minhas irmãs,
Salve Deus!

Ao chegar nos Tronos pela primeira vez nossos pacientes criam todo tipo de expectativas. Muitos chegam cheios de dores, sem esperança, desesperados mesmo, em busca de uma “última chance”. Outros cheios de curiosidade, repletos de perguntas que podemos considerar banais: namorados, notícia de um parente morto que sequer conheceram ou ainda em busca de previsões para o futuro... Não nos compete julgar!

Porém... Quando nós temos a oportunidade de conversar com uma Entidade de Luz, como médiuns preparados que somos, nos compete ouvir! Prestar a atenção na mensagem que recebemos sem nem perguntar nada. É preciso total respeito com a Entidade ali presente e também com o Apará que se dispõe nesta hora.

Ao chegar para o trabalho, após o convite, devemos nos sentar (seguindo o Livro de Leis), esperar que o Mentor realize a limpeza na aura de seu aparelho, nos identificar e que se identifique. Tendo a identificação, esperamos a necessidade da limpeza da aura do próprio Doutrinador(a), para que estejamos em condições de trabalho. Havendo mensagem, ouvimos com total atenção, pois invariavelmente se refere aos atendimentos que ainda virão naquele dia. Não perguntamos ou consultamos nada, pois se necessitamos de algo, que seja após o atendimento aos pacientes.

Ao final, se ainda há alguma necessidade, conversamos com o Mentor. Claro que temos liberdade em consultar, porém, respeito, muito respeito! Não vamos regredir à condição de pacientes e perguntar as mesmas coisas de um paciente de primeira vez cheio de curiosidade! Ouviremos o que verdadeiramente precisamos ouvir, o que está em nosso merecimento após a demonstração de sintonia em nosso trabalho.

Estamos diante de uma Entidade de Luz e não do Apará que pode até ser um velho conhecido! Por vezes estamos diante de nosso pai ou mãe espiritual! E devemos ter este respeito.

Temos nossas angústias e preocupações pessoais, mas é preciso recordar que estamos trabalhando em nossa Individualidade e tudo ficou lá fora! Se existe algo em nossa aura que requer atenção espiritual, não duvide que a Entidade ali presente sentirá e tratará dentro de sua sintonia e merecimento.

“Alugar o Preto Velho” já não é mais aceitável para um médium do Amanhecer que está em busca da evolução de seu espírito. A fé reside em nós que temos o Senhor em nosso íntimo!


domingo, outubro 25, 2015

Karma ou Carma






Esta passagem com Senhor Makenzi mostra o quanto a cobrança pode afetar uma família.


Era uma linda família, a filha mais velha era bonita, mas a gravidade se deu quando nasceu a segunda filha. A mãe desta menina morreu no parto e aí vieram as conseqüências, seu pai a culpava de tudo, ele virou seu maior cobrador. Um pai que só via dor naquela criança. Tudo era pra filha mais velha e o desprezo para outra. A menina foi crescendo e foi ficando muito linda. Ela tinha os cabelos grandes envolventes e seu rosto refletia uma luz muito bonita. Brincavam as duas e por motivos fúteis ela esbarrou num pote e ele caiu ao chão se quebrando. O pai ficou irado, subiu a dor do seu coração e a fúria sem precedente tomou sua mente. Chamou as duas e mandou a mais velha para dentro e foi com a mais nova para um barracão de depósito.
_ Eu não te falei que não gostava de você! Que eu queria você bem longe daqui! Eu prometi que se causasse algum mal eu cortaria este seu cabelo que tanto ama!
_ Oh! Paizinho! Eu o amo tanto!
_ Não adianta chorar! Seu choro alimenta mais a minha dor!

E assim pegou uma velha tesoura de podar animais e a menina sentada na porta com seu rosto para fora nada esboçou, somente as lágrimas desciam pelo seu rosto. A cada corte que ele dava era uma dor que refletia na alma deles dois. Na dele por sentir-se vingado pela morte de sua esposa e na dela por nada dever, porque não foi sua culpa. A mãe teve uma gravidade na gestação e a doença que ela tinha não permitia um novo parto, mas como não tinham esclarecimento, pois viviam longe da cidade, ela acabou morrendo.
Conforme ele tosava, sim, parecia tosar um animal, porque até os animais eram mais bem tratados. Ela baixava seus olhos e as lágrimas desciam sem nada reclamar, somente dizendo meu paizinho. Aqueles cabelos enormes e volumosos foram sendo jogados ali mesmo na porta do barracão. Como ele estava nas costas da mocinha ele não via que a cada corte do seu cabelo a sua beleza realçava mais ainda. Conforme seu rosto foi aparecendo a sua luz foi aumentando. Inacreditável que ela se transformou numa linda moça, uma jovem tão perfeita, já era linda, mas agora seu rosto estava magnífico.
Ao terminar de cortar os cabelos ele ainda não a tinha visto de frente e falou.
_ Você me desobedeceu, agora pagou a minha dor!
_ Oh! Meu paizinho! Eu o amo tanto!
Ela se virou para ele e ele levou um grande susto. Não era aquilo que ele queria ver, porque ela estava radiante. Ela encostou sua cabeça no seu peito e agradecendo por ele ser seu pai. Mas ele não queria amolecer seu coração, saiu empurrando a cabeça da jovem e se afundou no barracão. Os olhos dele também lacrimejavam a raiva, o ódio, foi então que gritando o seu desprezo a sua filha Samanta entristeceu mais ainda. Porque o ódio que ele sentia era silencioso, mas agora se tornou publico.
Ainda sentada na porta do barracão ela ouvia os grunhidos do seu pai como se fosse um animal prestes a ser sacrificado.
_ Posso ir embora daqui!
_ Vá! Suma daqui!
Ela então foi para sua casa e chorando muito se encontrou com sua irmã que tentava acalentá-la. As duas passaram a viver num inferno, uma porque tinha o amor deste homem e a outra o ódio dele.
_ Vou-me embora daqui!
_ Não minha irmã! Ele vai mudar e vai aprender a te amar!
_ Aprender a me amar! Eu não tive culpa de nossa querida mãe ter morrido no meu nascimento!

Assim a noite veio e o pai foi dormir com os animais, porque ele estava perdido de ódio, só queira vingança. A moça não dormiu e foi arrumando sua mala para ir embora já de madrugada, pensando em não ser vista por ninguém. Amanheceu um dia sombrio, de lusco fusco, e a menina já de malas em mãos partia. Ele, o pai, lá do barracão a viu quando ela seguia pela porteira e nada fez, somente ficou despreocupado. Ele conseguiu o seu intento e a sua vingança estava completa. A moça foi embora pra cidade sem rumo e sem saber onde iria ficar. O destino dela agora estava traçado e a sua beleza sem fim era agora o seu cárma. Chegou à cidade e sem saber nada, porque ela fora criada sem instrução alguma, não tinha porta que se abrisse. Era uma cidade faroeste, carroças e cavalos circulando pelo barro socado. A vida lhe foi muito dura, o sofrimento de uma dor lhe causou a sua escravidão. Como ela não tinha para onde ir e dormindo ao relento nas varandas das tabernas estava cada dia morrendo. Estava suja e perdendo sua beleza. Com fome, com sede, com as maiores necessidades ela entristecia cada minuto. Mas seu pensamento não se desligava do seu pai, de sua irmã, pensando como eles estariam.
Numa noite de frio ela encolhida num canto tremia, não tinha cobertor, não tinha cama, não tinha aconchego algum. Chegou uma mulher e vendo aquela menina assim largada do seu mundo ela a chamou.
_ Menina! Qual seu nome! O que faz aqui assim!
_ Meu nome é Samanta! Eu fugi de minha casa, do meu pai!
_ Venha! Vou te levar daqui!

Esta mulher era dona de um cabaré aqui nesta cidade e aos poucos foi conquistando a moça, porque viu a beleza que se escondia por trás da sujeira aparente. Levou-a e deu-lhe um banho e a vestiu com lindos vestidos e a tornou como filha, a filha mais nova do cabaré. A moça chorou muito ao ver aquele ambiente depravado, mas aos poucos foi se acostumando, porque só tinha este lugar pra ficar. Os homens que freqüentavam ali a desejavam, a idolatravam, porque ela se distinguia das demais por sua beleza. A vida não foi fácil, mas se tornou recompensadora, porque ela podia andar pelas ruas e ser admirada pelos homens e odiada pelas mulheres.
Ela cresceu e mais formosa ficou. Um dia no salão do bordel veio um homem sofrido, arrasado ainda emocionalmente procurando esta casa para beber e se deitar. A mulher deste salão apresentou esta moça para ele e ele não reconheceu, mas ela sim, ela o reconheceu, era seu paizinho do coração. Querendo se aproximar dela e sem saber de nada ela disse.
_ Oh! Meu Paizinho do meu coração! O que fazes aqui tão longe de casa!
_ Meu Deus! Meu Deus! Meu Deus!

Ele saiu correndo pra fora desesperado, porque iria deitar-se com sua própria filha. Ao passar da porta sem olhar e cego ainda pela dor, foi atropelado por uma carroça e pisoteado pelos cavalos. Morreu ali mesmo, e a menina chorando muito abraçou seu corpo estendido no chão.
_ Paizinho! Meu Paizinho! Perdoe-me!

Chorava muito, a dor escureceu sua visão e ela só via a sua morte como alternativa de pagar a morte dele. A mulher do salão a recolheu para dentro e ela aos prantos gritava a sua infelicidade. Os dias foram passando e o enterro num cemitério perto da igrejinha foi feito. A filha mais velha veio ao encontro de sua irmã mais nova e as duas se abraçaram.
_ Minha irmãzinha! Vamos embora daqui, vamos voltar para o sitio! Estou sozinha lá e preciso de você!
_ Sim! Eu vou! Vou arrumar minha mala e partirei hoje mesmo!

Tudo foi arranjado e a mulher do bordel ficou triste, porque esta moça com sua beleza era um chamariz para os freqüentadores. As duas partiram e tão logo a carroça sumiu no horizonte chegaram ao destino. O sitio continuava do mesmo jeito, nada tinha mudado desde a sua partida. As duas moças se casaram e foram felizes com suas famílias. A primeira criança que nasceu foi o espírito de sua mãe e ela foi amada com todas as forças. O segundo filho foi de seu pai que veio pagar seu cárma. Ele trouxe os reflexos de sua maldade, um filho revoltado, mas foi amado pela mãe que fora sua filha. Os dois agora estavam juntos novamente, a mulher e seu marido, porque eles se amavam muito, mas só que agora eram irmãos.
Outros filhos vieram, mas a vida neste sitio se tornou compreensiva, cheia de amor, cheia de encantos.
Eu fiquei escrevendo esta história no meu livro de rascunho para não perder nada desta viagem. Eu fui convidado a sair e buscar o conhecimento acima de tudo, pois o conhecimento é uma fonte de luz que ilumina nossas almas. O conhecer é que muda um destino, que muda uma vida, que faz o seu dia melhor.
Eu já estava do lado de fora da porteira dos Makenzis, sim, agora eles eram uma grande família. Tudo terminou bem, felizes as crianças corriam pelo pátio e nenhum rancor de mãe para filho se via, mas sim um grande respeito.
O cárma se cumpriu da forma mais objetiva, mais honesta possível. Tudo terminou bem, porque mestres e irmãos, o amor supre as necessidades e faz seu papel de mudar os corações acrisolados no ódio e na vingança.
Este cárma triste resultou em um milagre da vida.
Salve Deus!
Adjunto Apurê
An-Selmo Rá