sexta-feira, agosto 07, 2015
Vale do Amanhecer - Hinos Mântricos Cantados Vol. 02
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"O Poder das Mensagens", um espaço dedicado à doutrina do Vale do Amanhecer e ao poder transformador das palavras em nossas vidas.
TRONOS do AMANHECER
1. O QUE SÃO OS TRONOS?
1.1 - Os Tronos são onde se manifestam as
entidades, dentro da Lei do Auxílio, para com-unicações e trabalhos de
desobsessão.
1.2 - Anteriormente, os Tronos Amarelos
eram para espíritos mais esclarecidos em matéria de comunicação; os Tronos
Vermelhos eram para desobsessão. Atualmente, com a evolução das forças, tanto a
de um como a de outro se juntaram, e não há, na prática, diferença entre as
duas cores.
1.3 - Os dirigentes dos Tronos devem estar
atentos à campainha de chamada da Tia Neiva. Quando ela toca a campainha com
insistência, os Planos Espirituais ficam alerta. Ao comando de fazer um
trabalho especial para aquele paciente, tudo se transforma e, naquele instante,
a falange protetora já passa a atuar em favor do cidadão, acompanhando-o e
promovendo tudo.
2. O TRABALHO NOS TRONOS:
2.1 - Para trabalharem no Trono, os
mestres - apará e doutrinador - fazem sua preparação no Castelo do Silêncio. É
conveniente essa preparação quando não passam na Mesa Evangélica ou quando
houver um convite para o trabalho, para que se harmonizem.
2.2 - NÃO É PERMITIDO, sob qualquer
pretexto, o trabalho de duas ninfas Sol e Lua no mesmo Trono. Devem os
dirigentes prestar a maior atenção a essa irregularidade e, com todo o amor,
más com firmeza, impedi-la. O ideal, no Trono, é que trabalhe um par composto
por um homem e uma mulher, ele doutrinador, ela apará, ou vice-versa; e o
trabalho de dois homens também é permitido.
2.3 - Ao entrar para o trabalho nos Tronos, o apará o faz pelo corredor
à esquerda, e o dou-trinador pelo da direita. Ao chegarem ao Trono, o apará faz
o cruzamento, passando pela do doutrinador, e se senta. O doutrinador também se
senta, à direita do apará.
2.4 - Neste momento, se já fizeram a harmonização no Castelo do
Silêncio, uma breve sintonia é feita, e o doutrinador se levanta, postando-se
atrás, e fazendo a ionização do aparelho.
2.5 - A IONIZAÇÃO é uma proteção magnética para auxiliar a incorporação
e evitar interferência. O doutrinador leva as mãos ao plexo, e, com os dedos
entrelaçados, leva as mãos até o nível um pouco abaixo dos ombros do apará e,
SEM TOCÁ-LO, solta os dedos e recolhe os braços em torno do apará, trazendo as
mãos novamente ao plexo e dizendo:
LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO.
2.6 - Após a ionização, o doutrinador faz o convite à entidade.
2.7 - Logo que a entidade se manifeste, o doutrinador volta a sentar-se,
colocando suas duas mãos espalmadas sobre o TRONO, deve saudá-la:
GRAÇAS A DEUS. EM NOME DE NOSSO SENHOR JESUS
CRISTO, COM QUEM TENHO A HONRA DE TRABALHAR?
(Esse modelo de saudação visa dar maior
segurança ao trabalho. Se feita a ionização, quando se pede o nome da entidade
"Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo...", praticamente fica afastado
o perigo de uma interferência ou mistificação).
2.8 -A entidade se identifica e o doutrinador deve, também se
apresentar, dando seu nome. Caso haja algum assunto a ser tratado com a
entidade, o doutrinador deve deixá-lo para depois de atender os pacientes. Somente
no caso de a entidade começar a fazer um trabalho de desobsessão do
doutrinador, devem os dirigentes aguardar que termine, sem apressar seu
andamento, para que, depois, possam ser atendidos os pacientes.
2.9 - Há casos, também, em que a entidade recomenda que não sejam
atendidos pacientes, e aproveita sua chegada ao Trono para equilibrar ou tratar
de seu aparelho. Neste caso, os dirigentes devem compreender a situação e não
forçar o trabalho, mesmo que haja acúmulo de pacientes.
2.10 - Nos Tronos, NÃO É PERMITIDO fazer a puxada tampouco, trocar de
incorporação de um para outro médium. Se o doutrinador e o apará não tiverem
forças para elevar um espírito, muito menos a corrente a terá. Irá, pelo
contrário, perturbar mais aquele espírito.
2.11 - Somente o doutrinador que está com o
apará, no Trono, poderá fazer a elevação. Não pode outro tomar o seu lugar.
Exceção é feita somente em raros casos, quando o espírito se acrisola nos
fluídos ectoplasmáticos do casal, que está trabalhando no Trono, e somente se
eleva com a força de outro doutrinador.
2.12 - No caso de Incorporação do
paciente, o problema é dos dirigentes dos Tronos. Estes devem estar atentos e
observar: se a entidade faz a puxada do mentor do paciente, não é preciso
intervir; mas, se um sofredor incorpora no paciente,
Deve ser doutrinado por um dos
dirigentes. O doutrinador que está no Trono deve preocupar-se exclusivamente
com o apará que está trabalhando com ele.
2.13 - O doutrinador deve estar sempre
atento ao trabalho, mantendo uma atitude cavalheiresca com os pacientes,
evitando intrometer-se entre o apará e o paciente, lembrando, sempre, que ali é
preciso que haja muito amor, compreensão, e que o assunto é entre a entidade e
o paciente, que muitas vezes traz problemas íntimos, que não devem ser
compartilhados com o doutrinador. Este deve estar prestando atenção à
comunicação da entidade, sintonizado, e, no caso de a entidade falar com alguma
dificuldade ou não muito claro, esclarecer o paciente.
2.14 - O doutrinador deve ter sempre na
lembrança que o apará não pode mistificar. Quando notar qualquer sinal que
indique uma aparente mistificação, é porque está ocorrendo uma INTERFERÊNCIA.
Nesse caso, o doutrinador faz uma elevação, para que possa retornar a entidade.
2.15 - O doutrinador deve conscientizar-se de sua posição. Atento,
alerta, trabalhando me-diunizado, com sua capacidade de assimilação muito
aumentada, deve estar sempre em ação discreta. Fazer a doutrina e a elevação de
forma firme, mas não gritada; chamar a atenção dos dirigentes, para eventual
chamada de pacientes, com um leve sinal com a mão; saudar o paciente e pedir
que ele espalme as mãos sobre o Trono e diga o nome, idade, isentar-se da
presença física do paciente, e concentrar toda atenção no trabalho espiritual.
2.16 -Terminado o trabalho, o doutrinador,
sentado ao lado do apará, agradece a entidade, e espera que ela desincorpore.
Então, levanta-se, e aplica o passe magnético no apará. O apará se levanta, sai
pelo lado esquerdo e passa por trás do banco, tronando a fazer o cruzamento à
frente do doutrinador, e saem pelo corredor que entraram.
3. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
3.1 - Numa situação em que o obsessor
provoque o total desequilíbrio do paciente (ou médium), podendo inclusive
derrubá-lo com riscos a que o mesmo venha a se machucar, deverá ser apoiado por
um dos comandantes ou, se extremamente necessário, seguro de maneira que não
provoque o FECHAMENTO DO CIRCUITO DE FORÇAS, CASOS MAIS COMUNS; segurar as mãos
ou apertar a cabeça localizando os dedos nas chacras frontais, isto, repetimos,
em hipótese nenhuma, pois, ao fazê-lo proporcionamos mais força ao espírito que
está atuando. Assim que possível faz a ELEVAÇÃO (ou ELEVAÇÕES), buscando a
seguir tranquilizar o paciente, procurando gentilmente (mas com firmeza) proporcionar
o reequilíbrio. DEVEMOS FAZER O POSSÍVEL PARA EVITAR EXPOR O PACIENTE (OU O
MÉDIUM) A UMA AÇÃO DESAGRADÁVEL, DE VENDO, PARA TANTO, OS MESTRES SE MANTEREM
ATENTOS INITERRUPTAMENTE.
3.2 - Dirigentes e doutrinadores
devem estar prevenidos para que SEJAM EVITADOS:
a) Dar ou alterar receitas médicas; a
única determinação da entidade, na nossa corrente, é que o paciente beba água
fluidificada. Nada além disso. Pode, também, ocorrer que a entidade mande o
paciente procurar um médico da Terra, para cuidar de algum mal físico que está
vendo. O que não pode é dizer qual é o mal - dar diagnóstico - ou determinar
qual o médico a ser procurado.
b) Determinar a mediunidade do
paciente. É sabido que todos já trazem a sua mediunidade, e apenas a
desenvolvem. Mas há casos em que se faz necessário um equilíbrio preliminar,
antes de desenvolver um médium de incorporação, e ele é, então, definido como
doutrinador. Mais adiante, quando já tiver assimilado bem a doutrina e tenha
mais equilíbrio, será passado para apará. Nesses casos, uma comunicação mal
feita pode levar a pessoa a um total desequilíbrio, de consequências imprevisíveis.
c) Induzir à superstição. Não existe
motivo para a entidade aconselhar ao paciente que faça sete induções, ou que
volte tantas vezes para começar a desenvolver-se, ou que tome banhos especiais,
faça defumadores, etc. O que a entidade deve fazer é simplesmente indicar os
trabalhos pelos quais o paciente deverá passar (cura, junção indução, etc.).
d) Fazer previsões. Este é um dos
grandes perigos da comunicação, por que envolve números riscos para o paciente.
Há acontecimentos que são determinados pela faixa cármica do indivíduo, e não
serão evitados. Mas seu prévio conhecimento pode levar o paciente à loucura ou
ao suicídio, e a responsabilidade pesará sobre o doutrinador que partiu esse
tipo de comunicação.
e) A preferência por determinada
entidade, ocasionando filas e tumultos para o atendimento. Nesses casos, que
não podemos evitar, os pacientes devem receber fichas numeradas e a entidade
deve trabalhar num Trono separado.
f) Trabalhos de mestres e ninfas com
indumentárias nos Tronos. Os sol podem, embora não devam, pois com a
continuidade de trabalhos de desobsessão, suas indumentárias podem ficar
impregnadas. Aos Lua, não é permitido, sob qualquer hipótese.
EM QUALQUER DAS SITUAÇÕES DAS
LETRAS "a" a "d" CITADAS ACIMA, O DOUTRINADOR DEVE
INTERROMPER A COMUNICAÇÃO E FAZER A ELEVAÇÃO.
3.3 - Não deve ser permitida a
mentalização de outra entidade para incorporar, que não os mentores do apará que
está trabalhando. Essa é uma das formas mais simples para favorecer a
interferência, e deve ser evitada.
3.4 Aos dirigentes cabe a
manutenção da harmonia dos trabalhos, e a cada doutrinador a responsabilidade
pelo que ocorrendo no Trono em que está trabalhando. Por isso, toda a atenção
se faz necessária.
3.5 - Não devem os dirigentes
importunarem as entidades, apressando as consultas ou pedindo aos doutrinadores
que providenciem a desincorporação, para encerrar os trabalhos. É preciso
lembrar que, em qualquer trabalho, no Templo, estamos diante de entidades de
luz, que merecem todo o nosso carinho e respeito. Caso os trabalhos estejam se
encerrando, pode o dirigente, com muito amor, informar à entidade que estará
dependendo dela para encerramento dos Tronos. Mas, sob qualquer alegação, pedir
que ela desincorpore, interrompendo o que estiver realizando.
3.6 - A entidade que não der o
seu nome não tem permissão para trabalhar nos Tronos.
SANDAY DOS TRONOS VERMELHOS E AMARELOS
1. Os Centuriões escalados para a direção dos Tronos
Vermelhos e Amarelos têm por obrigação escolher os seguintes mestres com
indumentárias:
1 Mestre 5º Yurê
1 Ninfa Sol
2 Ninfas Lua,
Escravas de Mestres, que não pertencem a Falange Missionária
1 Samaritana, com
Lança
2 Nytiamas
2 Magos
2 Ninfas de cada
Falange Missionária.
2. Os Mestres e Ninfas convocados para Sanday têm por
obrigação ou lei, obter 50 (cinquenta) bônus cada um, antes de subir ao aledá
dos Trons. Para isso, deve organizar um pequeno livro e, para simplificar, as
Falanges Missionárias podem cada uma ter seu livro próprio para uso das
missionárias escaladas.
3. Abertura do trabalho:
1º Passo: a
Samaritana faz seu canto, e se anodiza. Os mestres e Ninfas, com suas
indumentárias,
Precedidas pelas nityama e um Mago fazem seus cantos.
2º Passo: Dois
Mestres Centuriões escalados fazem a sua anodização um dirigente dos Tronos
vermelhos e outro dos amarelos, e vão fazer a abertura normal dos trabalhos,
tal como vem sendo feita, isto é, usando a chave de abertura para iniciar os
trabalhos nos Tronos Vermelhos e logo após abrindo os Tronos Amarelos.
3º Passo: Após a
abertura dos Tronos, os Mestres que estão no Aledá dos Tronos fazem suas
emissões.
4º Passo: O Mestre
5º Yurê faz seu canto e, de acordo com a filosofia dos missionários ali
presentes, fará sua chamada.
4. Observações;
a) Fica a critério
das Falanges o revezamento das Tropas.
b) Os
encerramentos nem sempre coincidem. Muitas vezes, o Sanday é encerrado
primeiro. Quando isso ocorrer, os Mestres com indumentária saem do Aledá,
deixando aberta sua corrente magnética. Os trabalhos dos Tronos Vermelhos e
Amarelos continuam a ser encerrados, normalmente, pelos centuriões
responsáveis, como sempre o fizeram.
c) Os mestres
que vão trabalhar nos Tronos não precisam se anodizar, pois já o fizeram no
Castelo do Silêncio.
OBSERVAÇÃO:
O mestre que
for trabalhar no Sanday dos Tronos tem permissão para pagar os bônus no
interior do Templo, porém deve evitar pagar bônus de pacientes e visitantes.
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segunda-feira, agosto 03, 2015
Salve os Pretos Velhos do Amanhecer
Salve Deus. Salve Pai João das Matas e Graças a Deus. Salve Pai João de Enoque e Graças a Deus. Salve Pai Joaquim das Almas e Graças a Deus. Salve Mãe Tildes e Graças a Deus. Salve Vovô Agripino e Graças a Deus. Salve Vovô Marilu e Graças a Deus. Salve Pai Samuel e Graças a Deus. Salve Pai Zé Pedro de Enoque e Graças a Deus. Salve Mãe Rosário e Graças a Deus. Salve Pai João de Aruanda e Graças a Deus. Salve Vovó Sabina de Aruanda. Salve Pai Jacó e Graças a Deus. Salve Vovó Cambina e Graças a Deus. Salve Pai Joaquim das Praias e Graças a Deus. Salve Vovó Benedita do Oriente Maior e Graças a Deus. Salve Pai Zambô e Graças a Deus. Salve Pai Joaquim das Almas de Enoque e Graças a Deus. Salve Vovó Maria Conga e Graças a Deus. Salve Pai José do Oriente e Graças a Deus. Salve Pai Zé Pedro das Águas e Graças a Deus. Salve Mãe Maria Baiana e Graças a Deus. Salve Pai João do Congo e Graças a Deus. Salve Pai Crispim e Graças a Deus. Salve Pai João da Guiné e Graças a Deus. Salve Mãe Maria de Carmélia e Graças a Deus. Salve Vovó Ingrid das Cachoeiras e Graças a Deus. Salve Pai Índio José de Amacê e Graças a Deus. Salve Pai Tomé e Graças a Deus. Salve Vovó Francisca das Almas e Graças a Deus. Salve Pai João do Tibet e Graças a Deus. Salve Mãe Sofia e Graças a Deus. Salve Pai Casteliano Cigano e Graças a Deus. Salve Vovô Nazário e Graças a Deus. Salve Pai Joaquim das Cachoeiras e Graças a Deus. Salve Pai Joaquim de Enoque e Graças a Deus. Salve Pai João da Caridade e Graças a Deus. Salve Pai Joaquim de Aruanda e Graças a Deus. Salve Vovó Catarina das Águas e Graças a Deus. Salve Pai Cipriano e Graças a Deus. Salve Vovó Anastácia das Cachoeiras e Graças a Deus. Salve Pai Benedito Angolano e Graças a Deus. Salve Pai Cinplício e Graças a Deus. Salve Pai Emanuel do Oriente e Graças a Deus. Salve Vovó Terezinha de Angola e Graças a Deus. Salve Pai Francisco do Grande Oriente e Graças a Deus. Salve Pai João Carreiro e Graças a Deus. Salve Pai Joaquim das Pedreiras e Graças a Deus. Salve Pai Manoel das Águas. Salve Pai Narciso de Nagô e Graças a Deus. Salve Mãe Maria de Aruanda e Graças a Deus. Salve Pai Pedro de Ancuns e Graças a Deus. Salve Pai Ramin do Oriente e Graças a Deus. Salve Pai Samuel dos Himalaias e Graças a Deus. Salve Vovó Ana das Cachoeiras e Graças a Deus. Salve Pai Tomaz do Cativeiro e Graças a Deus. Salve Pai Tomé e Graças a Deus. Salve Vovô Cassiano e Graças a Deus. Salve Vovó Maria Conga do Cruzeiro e Graça a Deus. Salve Mãe Sara de Enoque e Graças a Deus. Salve Vovô Indu e Graças a Deus.
Salve a falange bendita dos pretos velhos do Amanhecer.
Salve os espíritos iluminados que se apresentam na roupagem de pretos velhos
para se aproximar de cada um de nós. Salve os abnegados pretos velhos que saem
dos pés de Jesus, Divino e Amado Mestre, para trazer a cura desobsessiva dando
a cada um o que é do seu merecimento. Salve os espíritos de luz que como pretos
velhos chegam trazendo a cura desobsessiva sem PEDIR nada em troca. Salve os
pretos velhos do Amanhecer que depois de várias encarnações sofrendo,
aprendendo e evoluindo hoje são amor incondicional a serviço da caridade. Salve
Deus todos os pretos velhos do Amanhecer que são incontáveis para caberem neste
texto e graças a Deus.
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sábado, julho 25, 2015
Iphan quer Vale do Amanhecer como Patrimônio Cultural Brasileiro
Depois de inventariar todas as obras de Oscar Niemeyer, o
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) parte para uma
nova cruzada da qual começa a obter os primeiros frutos. O Inventário Nacional
de Referências Culturais do Vale do Amanhecer, que a Superintendência do Iphan
no Distrito Federal acaba de lançar, aponta para um novo caminho: o órgão quer
mapear a cultura imaterial da região para propor, no futuro, um registro no
livro dos lugares do Patrimônio Cultural Brasileiro. O Vale do Amanhecer e os
terreiros de Brasília são os primeiros da lista.
Durante dois anos, um grupo de pesquisadores, formado por
antropólogos e historiadores do Iphan, debruçou-se sobre a história e a
organização do Vale do Amanhecer com a intenção de produzir um documento que
servisse como registro detalhado das atividades iniciadas por Tia Neiva nos
anos 1960. Dividido em três capítulos, o livro é o que Alfredo Gastal,
superintendente do Iphan no DF, aponta como uma tentativa de driblar
preconceitos e celebrar a diversidade cultural brasileira. “Ficar só falando da
produção da elite é um pouco de alienação. Uma das funções que temos no Iphan é
não nos atermos a uma religião ou seita específica”, diz. “E queríamos que o
livro fizesse uma avaliação do ponto de vista acadêmico, mas que não fosse
maçante, chato, para que um leigo pudesse entender. Essas manifestações
populares, democráticas e espontâneas merecem ser registradas porque têm um
impacto enorme.”
Segundo a pesquisa, o Vale do Amanhecer é a primeira
manifestação religiosa nascida com a capital e se inscreve numa tradição
mística que ronda Brasília desde antes da construção. No fim do século 19, o
sonho de Dom Bosco anunciou ser esta a terra do leite e do mel. Já o mestre
Yokanaam trouxe para cá sua Cidade Eclética antes de JK iniciar as obras, e o
francês Pierre Weill criou, com anuência do estado, a Universidade Holística na
Cidade da Paz (Unipaz). Mas, quando Neiva decidiu comprar a xácara para nela
instalar a comunidade do Vale do Amanhecer com sua complicada estrutura
hierárquica e doutrina construída com base em referências cristãs, espíritas e
até orientais, ainda não havia por aqui nenhuma manifestação cultural-religiosa
nascida com a cidade. “Entendemos o Vale do Amanhecer como uma espécie de ícone
dessa Brasília mística”, explica o antropólogo Marcelo Reis.
A primeira etapa de pesquisa para o livro se concentrou no
reconhecimento das particularidades culturais da comunidade. Em seguida, a
equipe trabalhou na identificação das referências para depois documentar, com
entrevistas com os membros mais antigos e pioneiros, a memória do vale. Tia
Neiva ganhou um capítulo especial, já que não há como dissociá-la da razão de
ser da comunidade. “Criador e criatura são indistintos. Ela é a grande matriz
fundadora desse universo religioso”, explica Marcelo.
CLARIVIDENTE DE FIBRA
Neiva Zelaya chegou ao Planalto Central em 1957. Viúva,
aceitou o convite do padrinho de casamento, Bernardo Sayão, para ajudar nas
obras de construção da cidade. Neiva já carregava uma bagagem surpreendente.
Perdeu o marido aos 24 anos e, contra a vontade da família, decidiu criar os
três filhos sozinha. Primeiro, montou um Cine Foto e começou a trabalhar como
fotógrafa e laboratorista no interior de Goiás, mas as químicas usadas na
revelação lhe causaram problemas respiratórios e Neiva trocou o comércio por
uma xácara. Cuidou sozinha do cultivo até perceber que o trabalho era pesado
demais. Vendeu a xácara e comprou um caminhão.
Foi como caminhoneira e motorista de ônibus, função que
exerceu por um tempo em Goiânia, que Neiva chegou a Brasília, onde teve as
primeiras visões que a tornaram conhecida como clarividente e a levaram aos
arredores de Planaltina para fundar o Vale do Amanhecer. Durante os anos 1970 e
1980, a doutrina chamou atenção no país e Tia Neiva passou a frequentar a média
com certa assiduidade. Conhecido como local de tratamento espiritual, mas
também de visões e previsões, o Vale atraía olhares e adeptos curiosos. Tia
Neiva recebia políticos e personalidades e costumava ser convidada para
realizar previsões em programas de televisão.
Após sua morte, em 1985, o interesse pelo Vale diminuiu. Com
o crescimento urbano, o que era uma comunidade isolada acabou por se mesclar a
cidades vizinhas e a conviver com outras manifestações religiosas. Hoje, o Vale
divide espaço com templos evangélicos e igrejas católicas. “O inventário é um
grande reconhecimento da nossa relevância”, constata Jairo Zelaya, neto de Tia
Neiva. “Sempre houve uma visão deturpada, carregada de preconceito, e esse
livro traz uma sistematização muitíssimo detalhada do que é o Vale do
Amanhecer. Os trabalhos acadêmicos sempre abordavam um tema circunscrito e esse
trabalho do Iphan é o mais amplo já feito sobre o Vale.”
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